Lisboa

Decidi ir para Portugal de última hora: passagens compradas e 20 dias depois eu estava embarcando rumo à Lisboa. Tenho costume de sempre pesquisar coisas legais para fazer em países que eu nunca visitei, mas precisei improvisar desta vez (e contar com a ajuda do meu irmão e da minha cunhada para me passar as melhores dicas!). E depois de passar 15 dias por lá, trago as dicas de ouro (e as ciladas também).

COMO CHEGAR

Se você está no Brasil, as companhias aéreas que tem voo direto são a TAP, a Azul e a LATAM. Mas você consegue chegar em Portugal fazendo conexão por toda Europa, e quem sabe aproveitar e estender sua estadia em algum outro país.

Eu peguei um voo direto de São Paulo para Lisboa pela TAP, e apesar de ser um pouco apertado (alô alô, classe econômica!), a comida estava bem aceitável. Você consegue pedir refeição especial - como a vegetariana no meu caso -, através do número de reserva no site da companhia aérea. Vale lembrar que se você está comprando a passagem sozinha pelo site, preste atenção nas opções, já que a mais barata nunca tem bagagem despachada.

ONDE FICAR

Eu gosto de dizer que o melhor lugar para ficar é onde o seu bolso permite, e dito isso, quatro bairros legais de ficar:

- Bairro Alto: para aqueles que curtem a noite e aproveitar bares, baladas e restaurantes descolados.

- Chiado: para os amantes da arte e da boemia. Aqui você está no lugar ideal para ver museus, galerias, teatro, além de igrejas e estátuas.

- Príncipe Real: o lugar perfeito pra calmaria e descanso, cercado por parques e de fácil acesso aos pontos turísticos.

- Santa Maria de Belém: onde eu fiquei, um pouco mais afastado do centro, mas com transporte para todos os lugares, é um bairro bem tranquilo, ótimo para famílias.

COMO SE LOCOMOVER

Caminhar é sempre a melhor opção. Mas para se locomover por distâncias pequenas, um Uber resolve, agora se você planeja pegar muitos metrôs, ônibus e trens, tenho duas sugestões:

O cartão Viva Viagem é recarregável, custa 50 centavos de euro e você consegue usar por até um ano. Mas cuidado que são dois tipos: uma só para transportes do Sul e o outro para os demais. Ah, e se você usar o Zapping para recarregar, o valor do bilhete fica mais barato.

O Lisboa Card é um cartão que você compra e pode usar por um período específico (24h, por exemplo), e com ele você pode usar todos os transportes (inclusive trens até Sintra e Setúbal), além de bilhetes para 39 museus/monumentos/pontos de interesse. É sempre bom fazer as contas para ter certeza se ele vale a pena para você!

Os tuktuks também estão disponíveis, mas negocie muito bem antes de entrar neles. Ninguém quer ter uma discussão sobre valores quando chegar no destino final.

O QUE FAZER

Lisboa é para todos os gostos. E para facilitar a sua visita, separei o roteiro por regiões, para que você possa tirar o máximo do seu dia, então escolha um tênis confortável e se prepare para andar.

Belém

Comece o passeio pela Torre de Belém (você pode entrar na torre pagando 6 euros, e os bilhetes são vendidos lá ou através deste site), e siga pelo Jardim da Torre de Belém até a Avenida Brasília, por onde você vai caminhar cerca de 10 minutos até o Farol de Belém. São mais 5 minutos de caminhada pela orla para você chegar no Padrão do Descobrimento, o monumento em homenagem ao navegador Henrique, e a Rosa dos Ventos. Agora é só cruzar a Praça do Descobrimento que você já está no Mosteiro dos Jerónimos, que é lindo por dentro - e se paga para entrar (ingressos disponíveis na bilheteria ou no site). Dica: do lado do mosteiro existe a Igreja de Santa Maria de Belém, que é de graça, e ali estão os túmulos de Camões e Vasco da Gama. Depois de toda essa caminhada, nada melhor do que passar no Pastéis de Belém para provar o famoso doce português, que sai sempre quentinho do forno, e aproveite para pedir uma Amarguinha para acompanhar, um licor de amêndoas delicioso e gelado. Encerre o dia na LxFactory, um lugar cheio de restaurantes, lojas e uma livraria linda chamada Ler Devagar.

Avenida Liberdade / Cidade Baixa / Cais do Sodré

Você pode fazer todos esse trajeto começando pelo El Corte Inglés, uma loja de departamentos que conta com num rooftop cheio de restaurantes e um supermercado ótimo, ou ao contrário - e terminar por ele. Siga pelo Parque Eduardo VII até a Praça Marquês do Pombal. Dali vá descendo pela Avenida Liberdade, super arborizada, cheia de lojas de grife, restaurantes e com cafés para parar e descansar (e caso você queira uma pausa de todas as andanças, existe a Praça da Alegria, escondida da avenida e super gostosa para descansar). O final da avenida dá no Praça dos Restauradores com seu monumento, e nessa praça está o Elevador da Glória (um bondinho pitorescos que sobe uma colina íngreme) e o Palácio Foz. Se você seguir pela Rua 1º de dezembro, você chega na Praça Dom Pedro IV, que está cercada de coisa lindas e legais: o Teatro Nacional D. Maria II, a fonte, o Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, vários restaurantes e lojas, e claro, a Ginjinha. A famosa bebida portuguesa é vendida em uma portinha que passa despercebida, mas que vale a pausa para degustação. Se você descer pela Rua Áurea, encontrará o Elevador de Santa Justa (dica de amiga: a fila é enorme, o valor é alto e não vale muito a pena não, e caso queiram ver a parte alta do bairro, suba pela loja H&M) e o Convento do Carmo, um sítio arqueológico super interessante. Vire à esquerda na Rua de São Nicolau até a Rua Augusta, onde você vai encontrar a Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau. Se você continuar nessa rua, vai dar de cara com o Arco da Rua Augusta (que você pode subir pagando 3 euros) e a Praça do Comércio, o Terreiro do Paço e os Cais das Colunas. Andando pela beira do rio, no sentido Ponte 25 de Abril, você está na região do Cais do Sodré, então procure a Pink Street (com seus restaurantes bares, chão rosa e guarda-chuvas pendurados) e depois vá ao Mercado da Ribeira Time Out (com seus 26 restaurantes, 8 bares, mais de uma dezena de espaços comerciais e uma sala de espectáculos). Você pode aproveitar e provar o pastel de nata da Manteigaria, outro lugar tradicional, para ver qual lugar de Lisboa tem seu doce favorito.

Príncipe Real / Bairro Alto / Chiado

O bairro de Príncipe Real era residencial, mas agora existem bares, lojas e restaurantes por ali. Você pode começar o passeio por essa região no Jardim Botânico, e seguir para o Jardim do Príncipe Real. Siga para o Miradouro de São Pedro de Alcântara, para ver a cidade do alto, e continue na Rua de São Pedro de Alcântara para o Largo Trindade Coelho, onde tem a Igreja de São Roque. Aqui você já está no Chiado, com lugares descolados e sempre cheio! Eu aconselho a visita a Livraria Bertrand (a mais antiga do mundo ainda em funcionamento, aberta desde 1732), e ao café A Brasileira no Chiado, que tem a estátua de Fernando Pessoa. Dali é só andar até a Praça Luís de Camões. A dica para encerrar o dia é o bar Bica Sour (Rua da Bica de Duarte Belo, 31), com drinks excelentes, um ambiente gostoso e comidinhas saborosas.

Graça / Alfama / Castelo

Por aqui prepare-se para ver muitos Miradouros, lugares que parecem cartões-postais e se sentir de volta ao passado. Aviso aos desatentos: são muitas ladeiras e calçadas lisas, então use sapatos confortáveis. Comece o dia pelo Jardim da Cerca da Graça e o Miradouro da Graça. Desça para o Castelo de São Jorge (os ingressos estão disponíveis no site ou na hora, mas você vai encontrar algumas filas), e caminhe pelas ruínas, o site arqueológico, a exposição e o miradouro (atenção com as escadarias de pedras que muitas vezes não tem corrimão). Você não vai se arrepender desse passeio, se gosta de história! Se ainda estiver animado para ver mais Miradouros, siga para o Miradouro do Recolhimento e para o Miradouro de Santa Luzia. Depois visite a Sé de Lisboa, a igreja de Santo Antônio de Lisboa e o paredão de flores ao lado da igreja. Ah, e é nessa região que está o Museu do Fado e restaurantes típicos.